sábado, 4 de março de 2017

Areias: Hoje é uma cidade viva, no passado foste uma cidade morta

        
O sol começa a se esconder atrás dos mares de morros, a noite aproxima-se com sua brisa. A paz está presente nessas ruas de pedras e paralelepípedos, na praça romântica de cidade do interior, ela está na arquitetura do século XIX e nos sorrisos dos jovens sentados na praça conversando, após deixar o celular em casa. O sino toca na torre da igreja, é dia de missa e a matriz transborda de almas. Tudo isso observo do alto da janela do meu quarto, de um casarão do século XIX por onde passou grandes personalidades da nossa história- o Imperador D. Pedro II e o escritor Monteiro Lobato. Debruçada na janela encanto-me com essa cidadezinha do interior de São Paulo.
       Respeitosamente, preciso discordar de Monteiro Lobato quando diz que o Vale do Paraíba passou a ser uma região de “Cidades Mortas”. Concordo que riquezas econômicas (fúteis) não há muito por aqui, concordo que o “desenvolvimento” capitalista apenas chegou perto dessa cidade, talvez por isso ela pareça um cenário congelado no tempo, uma memória que se faz presente e viva (e não morta). Mas, quando se quer encontrar outros tipos de riquezas- tranquilidade, carinho, amizade, honestidade, humildade, hospitalidade, generosidade, natureza e pureza- esta pode ser considerada uma das cidades mais ricas do país. Rica de humanidade, de belezas naturais e de preservação da memória histórica de homens e mulheres que viveram e vivem caminhando por essas ruas e cumprimentando os vizinhos. Com todo o respeito ao Valeparaibano Lobato, a cidade de Areias nunca foi tão viva quanto agora. Muito mais viva agora no século XXI do que foste um dia no passado.
      Por que afirmo isso? Porque se fosse há dois séculos, eu estaria aqui nesta janela observando negros trabalhando e sendo castigados nessas ruas, escravos de senhores brancos que não tinham suas almas reconhecidas por essa igreja que toca e faz soar o sino. Iria deparar-me não com a paz e a humanidade, mas com o sangue e a violência desumana que manchou a história do nosso país. Não ia deparar-me com jovens negros sentados na praça sorrindo e conversando, mas amarrados nos troncos, chorando.  Portanto, posso afirmar: hoje essa cidade possui verdadeiras riquezas que a humanidade necessita; diferente dos tempos áureos, das riquezas da sociedade do café que promovia a morte. Hoje é uma cidade viva, no passado foste uma cidade morta.
      Quem sou eu nesta cidade? Apenas mais uma professora itinerante que encanta-se com tanta riqueza. Que enxerga esperança em uma pequena escola do interior. Questionam-me se vale a pena “perder” minha juventude sendo professora da educação pública e básica de uma cidadezinha como essa. Mas não percebem que estou ganhando e não perdendo, ganhando ao ter o privilégio de conviver e aprender com pessoas que nasceram e cresceram nesse ninho de humanidade e simplicidade. Alegro-me ao deparar-me com alunos e alunas que estão dedicando-se aos estudos e conquistando sua liberdade de sonhar, liberdade mais importante do que a conquistada em 1888. Sou uma professora viajante e aprendiz que almeja ser capaz de aprender e internalizar todas as riquezas que esta cidade e que estes alunos têm para me ensinar.

Rafaela Molina de Paiva

quarta-feira, 8 de junho de 2016

História do Teatro Cinematográphico de Guaratinguetá












“Não só ao poeta, mas também a historiadores incumbe recuperar lágrimas e risos, desilusões e esperanças, fracassos e vitórias, fruto de como os sujeitos viveram e pensaram sua própria existência, forjando saídas na sobrevivência, gozando as alegrias da solidariedade ou sucumbindo ao peso de forças adversas”. (VIEIRA, 2007, p.12)

            Sabe-se que o teatro é considerado arte clássica, um dos legados gregos herdados pela cultura ocidental. Criado como manifestação religiosa, abordando assuntos espirituais e cívicos, logo tornou-se arte lúdica com objetivo de divertir e conscientizar a sociedade. Mas, somente no fim do século XIX em 1895, após avanço tecnológico gerado pela Revolução Industrial e criação da fotografia (por Louis-Jacques Daguerre e Joseph NicéphoreNiepce); os irmãos franceses Louis e Auguste Lumière criaram o Cinematógrafo (câmara de filmar) recebendo o título de pais do cinema. Em 1903, o americano Edwin S. Porter apropriou-se dos estilos: documentarista e de ficção dos irmãos Lumière, através do uso de maquetes e truques  ópticos; e dos efeitos especiais teatrais de Georges Méliès, para produzir o filme de ação “GreatTrainRobbery” (O grande roubo do trem). Essa produção cinematográfica contribuiu para popularização e revolução do cinemana indústria cultural. Essa nova arte almejava divertir o público e desenvolver intensa produção artística, em que misturaria a antiga dramatização teatral com as novas técnicas gráficas. Assim, nasceu o cinema que hoje faz parte da vida urbana do homem moderno.
            Partindo da Europa, resgataremos um pouco da história e da memória do cinema do Vale do Paraíba, especificamente da cidade de Guaratinguetá. Cidade outrora conhecida como Atenas do Vale, por ser protagonista da educação e da cultura valeparaibana; incentivadora e pioneira de várias manifestações artísticas na região. Os jovens que acreditam que Guaratinguetá dispôs de cinema somente após a instalação do shopping, estão muito enganados. Onze anos depois da criação dos irmãos Lumière na Europa o cinema chegou às cidades interioranas de São Paulo. De início, o cinematógrafo era itinerante e posteriormente instalado no Theatro Municipal de Guaratinguetá em 1903, iniciando as primeiras apresentações.
            O primeiro cinema estabelecido na cidade foi inaugurado em 12 de outubro de 1907 na rua Monsenhor Filippo. Propriedade do empresário João Augusto de Souza Arantes, o Parque Cinema, foi instalado em um vasto terreno de uma antiga fábrica de macarrão. Esse Parque não contava somente com o cinema, mas também com uma vasta área verde, com jogos e brinquedos infantis; espaço lúdico para toda família. O Parque Cinema possuía um projetor francês e orquestra própria, formada por músicos da cidade. Depois de várias sessões (diárias) às 20h e matinês aos domingos, o Parque Cinema encerrou suas atividades na década de 1930. Em 1910, foi inaugurado o segundo teatro da cidade. O Cinema Homero Ottoni, propriedade da empresa Monteiro & Carvalho. Cinema elegante e confortável, considerado como “a melhor casa de diversão do Norte de São Paulo”. O cinema localizava-se à esquina da rua da Estação com a rua Comendador João Galvão.
Propriedade da empresa Marotta & Carvalho Ltda, O Cine Teatro Central foi inaugurado em 16 de outubro de 1924. Com arquitetura moderna com belas construções internas e externas, situava-se no centro da cidade, na esquina da praça Conselheiro Rodrigues Alves com a rua José Bonifácio. Além de apresentações de filmes clássicos, o espaço do Cinema Central foi palco de apresentações de artes cênicas de grandes companhias nacionais, de formaturas, bailes e eventos políticos. Após sessenta e dois anos, em 28 de agosto de 1986 o Cine Central encerra seus espetáculos, cedendo seu espaço para o comércio, fato ocorrido com grande parte dos cinemas da cidade de Guaratinguetá.
Na antiga residência da família de Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes, ex prefeito municipal, instalou-se o Cine Urânio em 14 de março de 1946, propriedade da empresa Marotta. Localizado à esquina da praça Conselheiro Rodrigues Alves com a rua São Francisco (atual Riachuelo). Cine Teatro considerado moderno e luxuoso, com capacidade para 1500 lugares; projetado pelo engenheiro e arquiteto Vicente Del Mônaco. Matéria de primeira página do jornal Correio Paulista sob o título: “Inaugurado o maior cinema do Vale”. O Cine Urânio marcou momentos importantes na cidade de Guaratinguetá, como: formaturas, shows musicais e artísticos, apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira e palestras de intelectuais. Entretanto, encerrou suas atividades em 11 de março de 1984. O prédio foi demolido em 1986, no local construíram novo estabelecimento comercial. Afinal, a arte e o entretenimento não geram tanta riqueza quanto o consumismo.
Em 25 e dezembro de 1953, com o filme ‘Às mil e uma noites’ inaugurasse o Cine Colonial localizado no bairro do pedregulho, anteriormente chamado de Guarani e/ou Ipiranga e atualmente recebe o nome de Vivarte. Esse cinema teve seus altos e baixos, por ser fechado durante alguns períodos. Hoje funciona como teatro da cidade e proporciona espetáculos de música, artes cênicas e dança, organizados pela secretaria de cultura de   Guaratinguetá, pela juventude e artistas da cidade. E Quem disse que nos bairros periféricos não havia cinema? Apaixonado por cinema, João Batista Aguiar mais conhecido como João Vaca, em 15 de março de 1960, na rua Frei Henrique de Coimbra, no bairro da Nova Guará, inaugura o Cine Sideral. Com 150 lugares e máquina projetora francesa, exibia sessão às 8 horas. Por falta de peças, manutenção dos equipamentos e a alta concorrência da TV, em 1980 o Cine Sideral suspende suas exibições. Segundo o historiador e jornalista da cidade Francisco Fortes,
“Como se pode observar, Guaratinguetá sempre teve uma ativa e intensa vida cinematográfica. Por muitos anos, o lazer diário foi centralizado pelos cinemas e marcado ainda pela presença de um “Clube de Cinema de Guaratinguetá” que, em 1965, já promovia um “curso de iniciação ao cinema””.
            Portanto, com o surgimento e o avanço da arte cinematográfica após a revolução industrial inglesa, foi possível através dos irmãos Lumière e outros cientistas aprimorarem essa nova técnica artística. No entanto, podemos destacar o mesmo avanço industrial, tecnicista, capitalista e consumista, como prejudicial para arte e cultura cinematográfica. Podemos citar um exemplo em nossa cidade, os antigos cinemas foram substituídos por estabelecimentos comerciais. As salas de cinemas esvaziaram-se após a concorrência da TV e do vídeo cassete. E hoje, possuímos apenas um cinema na cidade de Guaratinguetá, instalado no Shopping (local de intenso consumo). Sabemos o quanto o cinema cresceu desde o seu nascimento no século XIX.         Mas questiono!!! Se o cinema cresceu por motivações artístico-culturais ou motivações comerciais. Aproveito para questionar as autoridades da cidade sobre a reforma e o futuro do Theatro Municipal de Guaratinguetá. A população carece de mais investimento em arte e cultura em nossa cidade, estamos de olho.










FOTOGRAFIAS: Arquivo Museu Frei Galvão



sexta-feira, 3 de junho de 2016

Ontem e Hoje: Cegueira da Razão

  Pintura de  Edward Hopper (1882-1967)



Hoje você sorri para outra pessoa,
Ontem era o meu sorriso que te encantava,
Hoje é a voz de outra que em seu ouvido ecoa,
Ontem você achava doce minha voz quando eu despertava.

Hoje são outras mãos que você segura,
Ontem eram as minhas que lhe acariciavam,
Hoje seus olhos ficam a vagar,
Ontem nos meus eles vinham repousar.
Hoje você é feliz,
é o que dizem,
Mas ontem você vivia aquela tal de poesia.

Hoje você me esquece,
Ontem você me amava,
Hoje seu orgulho te envaidece,
Ontem com nosso amor você sonhava.
Ontem eramos nós,
Hoje desatamos. 
Hoje basta-me escrever,
Tudo que ontem vivi. 

Ontem éramos amigos e inconfidentes,
Hoje somos estranhos e distantes,
Mas a memória continua presente,
E os sentimentos permanecem ardentes.
Amantes pelo sentimento,
Distantes pelo orgulho,
Cegos pela razão. 

Rafaela Molina

sexta-feira, 11 de março de 2016

A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA REGIONAL PARA A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO ALUNO.



Vivemos em uma era tecnológica e globalizada, onde o individualismo é cada vez maior e a todo momento consumimos informações vindas de todos os cantos do planeta. O mundo está cada vez mais homogêneo, as pessoas compartilham pensamentos e ideais cada vez mais parecidos e as culturas estão perdendo suas particularidades. Como afirma Martins (2009, p.138)“É verdade que a globalização afeta cada quilômetro quadrado da superfície terrestre, aumentando a pressão sobre as culturas tradicionais e sobre as regiões”.
Nesse contexto, aumenta a preocupação dos intelectuais e especialmente dos professores de História em relação a Identidade, como usar a disciplina de História como ferramental para construção da identidade social do aluno em sala de aula, através de pesquisas sobre História Regional.

Essa tendência de as pessoas buscarem raízes, fontes de identidade e segurança psicológica, mobilizando elementos do espaço sócio histórico, aumenta a responsabilidade dos profissionais da História, ao mesmo tempo em que estimula a produção de estudos históricos regionais e locais e valoriza a abordagem regional em sala de aula. (MARTINS, 2009. p.140)

Uma das maiores funções exercidas pela História Regional é de aproximar o conteúdo histórico e científico do aluno, trabalhar a história a partir da realidade do discente, fazendo com que ele se sinta parte do processo histórico, como protagonista, e que compreenda as dinâmicas históricas das vivências humanas, partindo da micro abordagem- História Regional, para a macro abordagem- História Nacional. Os alunos, assim como todos os indivíduos, como afirma Martins:

almejam conhecer e reconhecer o espaço onde vivem, pertencer a ele e apropriar-se dele, na medida exata em que participam das redes de significados e sentidos que a vida ali gera, no decurso da história. (MARTINS, 2009. p.139)

Outros fatores importantes trabalhados em conjunto com a História Regional, são a consciência e a memória pois são elas as responsáveis pela construção da identidade cultural e social. Segundo Thompson, “Recordar a própria vida é fundamental para o nosso sentimento de identidade”.
Será nesse processo de estudo do regional e da identidade social do aluno que iremos trabalhar com metodologias da Didática da História capazes de fundamentar e auxiliar as aulas de história na formação de sua Consciência Histórica, fazendo com que perceba e signifique o processo histórico e seus elementos fundamentais: o tempo, o espaço, as mudanças, as permanências e as fontes. Aprendendo os conceitos, contextos e dinâmicas da história. Assim, tornando o aluno um agente social consciente, observador, científico e problematizador da história, principalmente da realidade na qual está inserido, que faz parte do seu contexto, da sua vida e da sua formação.
Apresentamos aqui um trabalho desafiador aos professores, os quais terão a responsabilidade de organizaros conteúdos e suas metodologias, tornando seu ensino socialmente significativo, capaz de superar a homogeneização da sociedade globalizada.

Profª Esp. Rafaela Molina

terça-feira, 1 de março de 2016

Lágrimas Rasas


Suas lágrimas são rasas,
Para a minha profundeza.
Seu amor é simplificado,
E eu procuro grandeza.
Grandeza emocional,
Na poética simplicidade de um gesto, 
Um toque,
Declarado por um verso.
Revelado no olhar,
Sentido num soneto.
Acho que não tem mais jeito,
Suas lágrimas são rasas,
E preciso mergulhar-me. 

Rafaela Molina

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A Grécia Antiga e a Formação do Mundo Ocidental


O conhecimento acerca da História da Grécia antiga é fundamental, para a compreensão da atual sociedade Ocidental. A Grécia antiga é representada pela sua cultura e mentalidade: Idioma, religião e costumes.
A civilização grega situava-se na península Balcânica, região oriental da Europa. Sua geografia caracterizava-se pelo seu relevo, acidentado e montanhoso, o qual facilitava o isolamento de seu povo. Era uma região banhada pelos mares Egeu, Jônio e Mediterrâneo; e territorialmente, dividida em três partes: a continental, a penínsular e a insular. Seu habitat natural potencializou o desenvolvimento das navegações comerciais, transformando o mar mediterrâneo em importante fluxo de comunicação, comercialização e trocas culturais. Economicamente, os gregos se destacaram no comércio, assim como, na metalúrgia, e tiveram pouco desempenho na agricultura.
O homem grego teve sua formação através da miscigenação, entre os Pelágios e tribos indo-europeias- Aqueus, Eólios, Jônios e Dórios-, povos estes, que foram conquistando e sendo conquistados, através dos diversos processos de imperialismo, naturais desse período, e assim, misturando suas culturas e mentalidades, resultando na formação do homem grego.
A História política da Grécia é dividida em cinco períodos: Pré- Homérico (XX-XII a.C), Homérico (XII-VIII a.C), Arcaico (VIII-VI a.C), Clássico (V-IV a.C) e Helenístico (IV- II a.C). O período Pré-Homérico, caracteriza-se pela invasão dos indo-europeus e pela formação do homem grego, período também conhecido, como creto-micênico ou minóico. O qual obteve maior influência da cultura Oriental. O período Homérico, caracteriza-se pelas comunidades gentílicas (Genos) e pelos livros Ilíada e Odísseia, assinados por Homero. O Período Arcaico, caracteriza-se pela formação das cidades-estados (Pólis), que constituíam-se da Acrópole, Asty e Ágora. As principais Pólis gregas foram Atenas e Esparta.  Nesse mesmo período formaram-se as classes sociais: Eupátridas, Georgóis, Thetas e Demiurgos. O período Clássico, caracteriza-se pelas guerras internas e externas. As Guerras Médicas, contra os Persas, que resultou na  formação da Confederação de Delos (hegemonia ateniense). E a Guerra do Peloponeso, disputa imperialista entre as cidades gregas, Atenas e Esparta, que resultou na formação da Liga do Peloponeso (hegemonia espartana), tendo como consequência, o enfraquecimento da hegemônia dessas cidades e de toda a Grécia. O período Helenístico- fusão da cultura grega e oriental-, foi caracterizado pelo imperialismo e domínio macedônico, causando o fim da civilização grega.
A evolução da política grega, dividiu-se em quatro fases: Basileu, Oligarquia, Tirania e Democracia. A cidade de Esparta, fundada pelos Dórios, se destacava pelo seu conservadorismo e militarismo, tendo a Oligarquia como regime político. Enquanto a cidade de Atenas, colonizada pelos Jônios, destacou-se pela sua erudição e filosofia. Nesta cidade-estado foi instituída a Democracia, como regime político.

Por tanto, observamos que para compreender a raiz da cultura ocidental, precisamos recorrer à civilização grega, pois sua influência é vasta e intrínseca. Não somente, na percepção de mundo e na estrutura do pensamento ocidental, como também, na política (Democracia) mesmo sendo diferente da atual, na ciência (Matemática), nas Artes (Arquitetura e Teatro), na religião (Mitologia) e no Esporte (Olimpíada). Ou seja, nossa cultura, percepção e mentalidade ocidental, advém de um povo miscigenado, complexo e que vivia entre “dois mundos”- Ocidental e Oriental- característica que contrapõe muitos conflitos da atualidade. 

Profª Rafaela Molina

domingo, 29 de novembro de 2015

Despedidas



A vida é uma despedida constante,
Despedimo-nos da felicidade,
Quando se desfaz o sorriso.
Despedimo-nos da lágrima que cai,
Quando molha nosso rosto e seca sobre a pele.
Despedimo-nos da paz,
Quando armamo-nos para a guerra.
Despedimo-nos quando termina um beijo,
E os olhares se encontram.
Despedimo-nos no êxtase do prazer,
Quando saciamos o desejo.
Despedimo-nos da ignorância,
Quando aprendemos.
Despedimo-nos da razão,
Quando a emoção nos controla.
Despedimo-nos das estrelas,
Quando chega o amanhecer.
Despedimo-nos da dor,
Quando nos tornamos fortes.
Despedimo-nos da vida,
Quando deixamos de sonhar.
Despedimo-nos da morte,
Quando falecemos.
Despedimo-nos do amor,
Não, do amor, jamais despedimos.
Para o verdadeiro amor,
Não existe despedida. 

Rafaela Molina