quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Construção do Grupo Escolar Joaquim Vilela

O bairro da escola hoje chamado de Nova Guara, antes era conhecido como Lazareto ou Isolamento. Onde hoje se localiza a Escola Estadual Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes, era um hospital de isolamento, conhecido como fazendão. As pessoas contaminadas pela epidemia da febre amarela, muito intensa na época, ficavam isoladas nesse hospital que era único na região, para tal doença. Quando os pacientes morriam eram enterrados no próprio terreno, em torno do hospital. Mais tarde o hospital foi fechado e o prédio ficou abandonado.
                                      
O prefeito Dr. Netinho mudou o nome do bairro, de Lazareto para Nova Guara, pois as pessoas não se agradavam em morar num bairro com esse nome. Ele fez também outros melhoramentos no bairro. Com isso muitas pessoas se mudaram para o bairro e para o Parque Residencial IAPI.
No bairro não havia escola, por isso os alunos eram obrigados a atravessar o Rio Paraíba à balsa, para chegar ao bairro Santa Rita, onde se localizava a escola mais próxima.
No bairro já existia a ponte de ferro, construída pelo engenheiro Euclides da Cunha em 1902, mas quando chovia o local de acesso à ponte alagava, impossibilitando a passagem dos moradores. Por isso foi criada uma balsa para que os alunos fizessem à travessia do Rio Paraíba para chegar a escola, no entanto essa passagem era muito perigosa, pois não havia segurança e crianças pequenas tinham de atravessar. E a prefeitura não tinha condições financeiras para a construção de uma segunda ponte.
Diante dessa realidade apareceram dois personagens que mudaram a história daqueles moradores e alunos. O delegado Prof. Éboli e a professora Maria Inez de Castro Fortes se uniram em prol da educação e segurança daquelas crianças e jovens. Eles viram necessidade de uma escola no próprio bairro, então foram atrás desse objetivo.
Havia um prédio abandonado, do antigo hospital de isolamento, que poderia servir para a instalação de uma escola. Conseguiram apoio da prefeitura, que era proprietária do prédio, mas o Estado exigia um número mínimo de 120 crianças para autorizar a construção de uma nova escola. A professora Maria Inez Fortes pesquisou de casa em casa, e o números de crianças e jovens foi superior ao exigido pelo Estado, com isso a instalação da nova escola foi autorizada. O prédio passou por reformas e adaptações, com apoio do prefeito Dr. Netinho.
A professora Maria Inez Fortes, que tanto lutou por essa causa, viu seu ideal concretizado com a criação do Grupo Escolar Joaquim Vilela em 1955, tendo sido nomeada a primeira diretora desta escola. Em 1984 seu nome foi dado à biblioteca da escola, a qual foi modificada em 2011. A escola recebeu o nome Joaquim Vilela em homenagem ao ex prefeito da cidade, falecido um ano antes da construção do grupo escolar. 












Curiosidades
A escola Joaquim Vilela tem vários mistérios, o primeiro é o relato de que seu patrono é visto na fazenda Engenho D’Água, onde morava, anos depois de sua morte, o segundo é pelo fato da escola ser construída em cima de um hospital que era também um cemitério.
Durante a construção do prédio da nova escola, foram encontrados vários caixões e ossos espalhados pelo terreno. Por conta disso existem varias lendas, uma delas é de um padre que anda de madrugada de carroça pelas ruas do parque residencial IAPI.
E algo muito interessante foi encontrado enterrado nessa escola, o caixão de um legítimo padre salesiano, José Fausone, que nascera perto de Turim,
“e com 14 anos entrou para o oratório de Turim, onde fez o ginásio, convivendo com Dom Bosco e dele recebendo toda sua orientação.”
(EVANGELISTA. História do colégio São Joaquim- 1890- 1940)
Pe. Fausone veio para o Brasil em janeiro de 1892, diretamente para Lorena, onde foi professor de filosofia e 3° diretor do colégio São Joaquim.
Em 1903 o violento surto de febre amarela contaminou o Pe. Fausone, por conta disso isolou-se numa casa no colégio São José de Guaratinguetá. Sua morte foi no dia 1° de março de 1903, e por exigência das autoridades sanitárias, foi sepultado num descampado do fazendão, hospital de isolamento, onde hoje se localiza a Escola Estadual Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes. O local era de abandono, mas apesar disso, em sua sepultura havia uma lápide que mão amiga lá colocara: piedosa homenagem de D. Sinhana, esposa de Euclides da Cunha, que então residia em Lorena. Alguns historiadores Euclidianos relatam que este Pr. Salesiano poderia ter sido amante de D. Sinhana.
Tempos depois os restos do Pe. Fausone foram transferidos para o cemitério de Lorena, na capela de São Miguel.
RAFAELA MOLINA

2 comentários:

  1. Muito legal a história sobre o Joaquim Vilela, em meio a boates e"causos" populares fica difícil saber no que acreditar, enfim belo trabalho de pesquisa é muito bom saber as nossas origens!

    ResponderExcluir
  2. Tirando a pontuação ruim do texto, a história é interessante.

    ResponderExcluir