domingo, 29 de novembro de 2015

Despedidas



A vida é uma despedida constante,
Despedimo-nos da felicidade,
Quando se desfaz o sorriso.
Despedimo-nos da lágrima que cai,
Quando molha nosso rosto e seca sobre a pele.
Despedimo-nos da paz,
Quando armamo-nos para a guerra.
Despedimo-nos quando termina um beijo,
E os olhares se encontram.
Despedimo-nos no êxtase do prazer,
Quando saciamos o desejo.
Despedimo-nos da ignorância,
Quando aprendemos.
Despedimo-nos da razão,
Quando a emoção nos controla.
Despedimo-nos das estrelas,
Quando chega o amanhecer.
Despedimo-nos da dor,
Quando nos tornamos fortes.
Despedimo-nos da vida,
Quando deixamos de sonhar.
Despedimo-nos da morte,
Quando falecemos.
Despedimo-nos do amor,
Não, do amor, jamais despedimos.
Para o verdadeiro amor,
Não existe despedida. 

Rafaela Molina

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Grupo Escolar Dr. Flamínio Lessa: A Importância Social da Escola


“Não só ao poeta, mas também a historiadores incumbe recuperar lágrimas e risos, desilusões e esperanças, fracassos e vitórias; fruto de como os sujeitos viveram e pensaram sua própria existência, forjando saídas na sobrevivência, gozando as alegrias da solidariedade ou sucumbindo ao peso de forças adversas”. (VIEIRA, 2007, p.12)


Através do espaço que me foi confiado pela revista: ‘O Melhor de Guaratinguetá’, pretendo continuar meu trabalho de pesquisa a respeito da História Regional do Vale do Paraíba, especialmente, a história da nossa cidade Guaratinguetá. Como membro do Instituto de Estudos Vale-paraibano (IEV), tenho a honrosa missão de continuar o trabalho de preservação da memória e valorização da história. Para inaugurar esse estudo, quero ressaltar a importância da memória dos cidadãos. Memórias pouco valorizadas pelos nossos dirigentes estaduais, pois, compreendo que fechar museus e escolas é uma atitude que resultará em males gravíssimos para a identidade e memória da população. E infelizmente, isso vem ocorrendo em nosso município. O museu Conselheiro Rodrigues Alves encontra-se fechado desde 2008; o museu Frei Galvão continua aberto graças à luta da guardiã da história vale-paraibana e diretora do museu, Theresa Maia. O estabelecimento de ensino: “Escola Estadual Dr. Flamínio Lessa”, além de ser uma instituição pública é um patrimônio histórico municipal e estadual, agora, será fechada!
Iniciaremos nossa jornada histórica pelo patrono da escola; afinal, quem foi Dr. Flamínio Lessa? Filho adotado por nossa cidade, advogado de São Paulo efetivou sua carreira em Guaratinguetá. Nasceu em 1820, no momento em que o Brasil se preparava para tornar-se Império. Foi promotor público e juiz de direito; defendia o partido liberal no momento em que o Brasil se dividia entre liberais e conservadores, considerado por muitos, um liberal abolicionista, em decorrência de suas atitudes de caridade com os escravos. Ao falecer em 1877, deixara sua residência no largo do rosário, (Praça Conselheiro Rodrigues Alves, atual diretoria de ensino), ao governo provincial, para que ali implantasse um estabelecimento de ensino público, salientando sua preocupação com a educação da cidade. Respeitando sua vontade, por decreto de 02/01/1895, foi inaugurado imponente prédio “Grupo Escolar Dr. Flamínio Lessa”, que futuramente passaria ser a Escola Normal de Guaratinguetá. O Grupo Escolar Flamínio Lessa foi instalado posteriormente em outro local da cidade; este que nos interessa.
O atual prédio da escola inaugurado no início da Primeira Guerra Mundial, 1914 a 1915, para servir de quartel militar (por isso, a arquitetura com torres). A partir de 1920 o prédio passou a abrigar o Grupo Escolar Dr. Flamínio Lessa, atualmente escola Estadual, localizado à Rua Tamandaré, 145- Centro. É importante reforçar que devido seu valor arquitetônico, é considerado patrimônio histórico municipal e estadual. Visitas ilustres trespassaram por essa escola, na década de 1940, o presidente da República - Getúlio Vargas, marechal Dutra e o interventor do Estado - Adhemar de Barros. Mas, como nem tudo são flores, o colégio já passou por imensas dificuldades. Em uma quarta-feira, 12 de agosto de 1992, foi publicada no jornal da cidade a notícia de que a Prefeitura de Guaratinguetá ordenou a interdição imediata da E.E.P.G. Flamínio Lessa. Nessa época, o prédio construído, somava 90 anos, e nunca havia sido reformado ou restaurado. Professores lutaram por sua reforma e a maneira encontrada pela prefeitura de efetivar essa reforma por parte do Estado, foi interditando-a, uma vez que o Estado não demonstrava interesse nessa obra, colocando em risco a vida de 1.600 alunos, pois o telhado ameaçava cair, a escadaria de madeira estava se quebrando e as fiações elétricas encontravam-se expostas, ameaçando causar um incêndio. Por tanto, para afastar as crianças desses riscos, a escola foi interditada. Os moradores do bairro, alunos, pais e professores, foram protestar nas ruas com cartazes, cobrando a reforma imediata e eficiente do prédio, para os alunos voltarem a estudar na escola do bairro, com segurança. Em novembro do mesmo ano. A cidade saiu vencedora com a liberação do decreto do Estado autorizando a reforma da escola, com o prazo de entrega de 365 dias. Merecidamente, alunos e professores retornaram ao antigo e restaurado prédio.
Aproximadamente 23 anos após a interdição do prédio, a escola volta ser ameaçada pela política estadual. Presentemente, com a reorganização escolar, a Escola Estadual Dr. Flamínio Lessa será novamente fechada. O novo questionamento é: O que será feito com esse patrimônio histórico municipal e estadual? Sabemos que abandonado e sem cuidados, ele não poderá ficar, visto que, faz parte da memória e da identidade dos guaratinguetaenses. E devemos nos lembrar da preocupação do patrono Dr. Flamínio Lessa com a educação da cidade. Esse pequeno artigo é apenas um exemplo, da importância de termos memória e não deixarmos os fatos caírem no esquecimento.

Profª Esp. Rafaela Molina de Paiva

Presidente Getúlio Vargas e Marechal Dutra

Artigo Publicado da Revista "O Melhor de Guaratinguetá" 8ª Edição                         

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

História da América: Civilização Maia


A Civilização Maia é considerada um enigma para os historiadores e arqueólogos do século XXI. Uma sociedade pré-colombiana altamente desenvolvida.
Essa civilização se localizava na América Central, Sul do México, por volta de 700 a.C a 1200 d.C. Sua História é dividida em três fases: Alvorecer (700 a. C), Expansão (900 d. C) e Crise (1200 d. C). Suas principais cidades eram Chichen-Itzá, Mayapán, Tikal, Copan, entre outras.
A sociedade Maia era um complexo de cidades- Estados autônomos, ou seja, não centralizado, porem com alguns elos culturais que veremos mais adiante. Cada Cidade-estado é governada pelo Halach e este deveria consultar o Conselho dos Anciãos, não tendo por tanto o poder supremo. Os cargos da Sociedade eram divididos entre os “Homens superiores”, que tinham a função religiosa e administrativa; os “Homens inferiores, homens comum, trabalhadores que prestavam serviço ao estado”.
A economia dos Maias era baseada na agricultura e comércio, com trocas comerciais. Existia tributo sobre o comércio e o excedente econômico, mas não havia um sistema tributário bem organizado.
Religiosamente eram politeístas e seu livro sagrado era o Popol Vuh. Suas crenças e existências eram ligadas aos astros, ao tempo cíclico e os fenômenos climáticos. Seus sacerdotes-astrônomos tinham total conhecimento e controle sobre a vida Maia. E a religião era o elo que ligava os povos Maias e era a função das pirâmides escalonadas. Não podemos esquecer também que em seus rituais praticavam sacrifícios humanos e de animais.
A cultura Maia é riquíssima e enigmática. Foram construtores de grandes monumentos e pirâmides, entre elas a mais importante é a pirâmide de kukulklan em Chichen-Itzá. Tinham grande conhecimento em arquitetura, arte e astronomia, criavam diques e terraplanagem. Suas histórias e mitos eram gravados em pedras (glifos), e símbolos que representavam sílabas ou sons. Também tinham esporte, um jogo de bola chamado Pelota, onde o vencido morre como sacrifício e é considerado herói.
Mas nada se iguala a maior criação desse povo, que até hoje é um mistério, a Roda Calendárica Maia, tão complexa e exata, cheia de profecias e controle do tempo, da matemática, da astrologia e astronomia. É chamada de Roda Calendárica por que é um conjunto de calendário, o Tzolkin, calendário sagrado de 260 dias e o Haab, o calendário Solar de 365 dias. O tempo para os Maias é cíclico e determinado, o calendário é cheio de profecias e crenças religiosas. Alias eles deixaram 7 profecias gravadas em Estelas, profecias que falam de um novo ciclo, de mudanças, de fim do mundo, mudanças climáticas, astrologias e etc. Tudo o que podemos ver e viver hoje no século XXI, por tanto são profecias e alertas.

Esses são os tão falados, mas pouco conhecidos povos Maias. Que ainda hoje nos deixam perplexos diante de tanto misticismo e complexidade de um povo pré-colombiano que deixou seu legado gravado nas estelas em forma de profecias para o mundo.

Rafaela Molina

Saudade!


Saudade dos sonhos,
Que sonhei.
Saudade da paixão,
Que senti.
Saudade dos toques,
Que desejei.
Saudade do olhar,
Que invadiu-me.
Saudade dos abraços,
Que arrepiaram-me.
Saudade do instante,
Eternizado no silêncio do olhar.
Do seu olhar castanho,
Seu olhar,
Que despia-me,
E poetiza-me. 
Rafaela Molina